Extreme E: uma saga por locações remotas para sensibilizar sobre problemas ambientais que ameaçam o planeta
É assim, com superlativos, que a Extreme E teve sua estreia, colocando em evidência não só o desempenho de equipes e tecnologias de SUVs em condições extremas, mas também ameaças ambientais em diferentes partes do mundo e comunidades que vivem nesses ecossistemas.
A ideia central é, por meio de um grande projeto de narrativa transmídia, que estará aos olhos do planeta pela perspectiva dos principais veículos de imprensa do mundo, conscientizar sobre a necessidade do envolvimento de todos em ações que freiem as mudanças climáticas. Os pilotos correm com um olho no podium e outro na sobrevivência das futuras gerações.
Além disso, a Extreme E (XE) deixará um legado nas comunidades que sediarão as etapas, seja viabilizando formas sustentáveis de produção de energia, seja atendendo a necessidades específicas, sinalizadas por cientistas e especialistas conhecedores da realidade local, que integram o projeto.
A embarcação, que funcionará como paddock da Extreme E, não é qualquer navio. O Santa Helena, que passou por retrofit com tecnologias sustentáveis, foi durante anos o único meio de transporte entre o continente e a histórica Ilha de mesmo nome, exílio e local de morte de Napoleão Bonaparte, no século 19.
A escolha de um navio para um papel tão relevante não é obra do acaso. Alejandro Agag, CEO da Extreme E, conta sobre a inspiração e o propósito durante apresentações do projeto.
No sonho de Agag, o Santa Helena será o Calypso do século 21: base para uma grande exploração e uma grande aventura, a fim de chamar atenção para os desafios ambientais que o planeta enfrenta.
O carro desenvolvido para a competição merece uma história à parte. Batizado de Odyssey 21, foi desenhado do zero pela francesa Spark em parceria com a Williams, a icônica empresa inglesa ligada às corridas, e desenvolvido em conjunto com parceiros como a brasileira CBMM e a alemã Continental, que aderiram ao Extreme E desde o começo. O carro foi pensado para se adequar a diferentes terrenos e extremas condições climáticas dos espaços das provas.
A Continental desenvolveu os pneus. A CBMM levou a tecnologia do Nióbio para os materiais de alta resistência aplicados, por exemplo, no chassis, o que deixa a estrutura mais leve e resistente e resulta em economia de energia. O veículo foi apresentado no icônico Festival of Speed, em Goodwood-UK, nas mãos do ex-piloto brasileiro Gil de Ferran, um dos idealizadores da XE, e testado no Rally Dakar, com o americano Ken Block ao volante.