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Extreme E: uma saga por locações remotas para sensibilizar sobre problemas ambientais que ameaçam o planeta

Projeto que teve início em 2021 terá uma das etapas no Brasil; navio sustentável funcionará como base para desenvolvimento de tecnologias, competição e projetos de pesquisa e legado ambiental. 
Uma competição com SUVs elétricos em diferentes cantos do mundo seria apenas mais uma opção no calendário esportivo mundial, não fosse o fato de o projeto que o comporta envolver uma série de ações e detalhes que o transformam em uma das maiores aventuras dos tempos atuais. 

É assim, com superlativos, que a Extreme E teve sua estreia, colocando em evidência não só o desempenho de equipes e tecnologias de SUVs em condições extremas, mas também ameaças ambientais em diferentes partes do mundo e comunidades que vivem nesses ecossistemas.
 
Em circuitos de seis a dez quilômetros, em pontos remotos do Senegal, Arábia Saudita, Groenlândia, Argentina e Amazônia brasileira, pilotos enfrentam condições extremas – deserto, gelo e floresta tropical, por exemplo -, para proporcionar entretenimento de automobilismo, ao mesmo tempo em que destacam questões relevantes como desmatamento, desertificação, derretimento das calotas polares e de picos em grande altitude, além do aumento do nível dos oceanos.  

A ideia central é, por meio de um grande projeto de narrativa transmídia, que estará aos olhos do planeta pela perspectiva dos principais veículos de imprensa do mundo, conscientizar sobre a necessidade do envolvimento de todos em ações que freiem as mudanças climáticas. Os pilotos correm com um olho no podium e outro na sobrevivência das futuras gerações. 

Além disso, a Extreme E (XE) deixará um legado nas comunidades que sediarão as etapas, seja viabilizando formas sustentáveis de produção de energia, seja atendendo a necessidades específicas, sinalizadas por cientistas e especialistas conhecedores da realidade local, que integram o projeto.  
Criado pelos mesmos idealizadores da Fórmula E, competição já consolidada como importante laboratório para desenvolvimento de tecnologias para carros elétricos e referência de sustentabilidade quando o assunto é mobilidade, a Extreme E conquistou rapidamente a adesão de grandes empresas, ícones do motorsport, organizações ambientais e comunicadores, que entendem que a mais importante é a corrida pelo planeta. Um dos elementos disruptivos é um navio que rodará o mundo transportando toda a logística necessária para as etapas, inclusive os carros, além de servir como oficina, hospedagem das equipes e laboratório científico para estudos relacionados às tecnologias dos veículos e às questões ambientais das localidades que receberão as provas. Toda a infraestrutura envolvida no projeto segue princípios de sustentabilidade. 

A embarcação, que funcionará como paddock da Extreme E, não é qualquer navio. O Santa Helena, que passou por retrofit com tecnologias sustentáveis, foi durante anos o único meio de transporte entre o continente e a histórica Ilha de mesmo nome, exílio e local de morte de Napoleão Bonaparte, no século 19.  

A escolha de um navio para um papel tão relevante não é obra do acaso. Alejandro Agag, CEO da Extreme E, conta sobre a inspiração e o propósito durante apresentações do projeto.
Em uma delas, dentro do Santa Helena atracado no rio Tâmisa, em Londres, durante o lançamento oficial do projeto à imprensa mundial, falou sobre a paixão de infância pelo francês Jacques Cousteau, seus documentários e o uso do navio Calypso para pesquisas científicas fundamentais para conhecimento e proteção da vida marinha.  

No sonho de Agag, o Santa Helena será o Calypso do século 21: base para uma grande exploração e uma grande aventura, a fim de chamar atenção para os desafios ambientais que o planeta enfrenta. 

O carro desenvolvido para a competição merece uma história à parte. Batizado de Odyssey 21, foi desenhado do zero pela francesa Spark em parceria com a Williams, a icônica empresa inglesa ligada às corridas, e desenvolvido em conjunto com parceiros como a brasileira CBMM e a alemã Continental, que aderiram ao Extreme E desde o começo. O carro foi pensado para se adequar a diferentes terrenos e extremas condições climáticas dos espaços das provas. 

A Continental desenvolveu os pneus. A CBMM levou a tecnologia do Nióbio para os materiais de alta resistência aplicados, por exemplo, no chassis, o que deixa a estrutura mais leve e resistente e resulta em economia de energia. O veículo foi apresentado no icônico Festival of Speed, em Goodwood-UK, nas mãos do ex-piloto brasileiro Gil de Ferran, um dos idealizadores da XE, e testado no Rally Dakar, com o americano Ken Block ao volante. 
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